PREMIAÇÃO
A Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE) reconheceu com menção honrosa a tese “Teoria do subdesenvolvimento de Celso Furtado: criatividade e contraposição a interpretações neoclássicas”, defendida no Instituto de Economia por Vanessa Follmann Jurgenfeld, e orientada pelo saudoso professor Wilson Cano.
A homenagem foi anunciada durante o XposABPHE, congresso da entidade, realizado virtualmente entre os dias 9 e 12 de novembro de 2020, quando foi divulgado o resultado do 3º Prêmio ABPHE.
A tese defende que os anos imediatos ao pós-Segunda Guerra Mundial representaram um marco na discussão internacional sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento. Autores do centro do sistema capitalista passaram a teorizar sobre os países atrasados sob influência da interpretação neoclássica. Neste mesmo período, houve a criação pela ONU da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), que se voltou ao entendimento do subdesenvolvimento latino-americano, a partir de uma análise crítica e estruturalista.
“Celso Furtado não só ajudou a construir o pensamento da Cepal como avançou na construção de uma teorização criativa sobre o subdesenvolvimento brasileiro e em franca oposição às interpretações sob influência neoclássica. Sua teoria foi apreendida e analisada nesta tese a partir de momentos de ruptura e de continuidade de suas publicações entre antes e depois de 1964, ano em que foi exilado do Brasil pelo golpe civil-militar. Estudar as transformações e, ao mesmo tempo, a unidade desses períodos possibilitou entender a importância e os avanços da sua teoria do subdesenvolvimento brasileiro, além de suas críticas”, completou a autora.