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Autor: Fernando Nogueira da Costa

 

Em 2024, o ranking anual da Forbes revelou um aumento no número de bilionários globais, alcançando 2.781 indivíduos com uma fortuna somada de US$ 14,2 trilhões. Embora impressionante, essa riqueza representa apenas uma fração da riqueza global estimada em US$ 454,38 trilhões. Entre os mais ricos do mundo, destacam-se empresários de tecnologia, moda, luxo e investimentos, com Bernard Arnault, Elon Musk e Jeff Bezos liderando a lista. O setor tecnológico continua a impulsionar fortunas significativas, como demonstrado pela valorização das ações da Meta, que elevou Mark Zuckerberg ao quarto lugar no ranking.

No Brasil, os bilionários somam 69 pessoas, com uma fortuna conjunta de US$ 231 bilhões, apenas 2% do total global. Eduardo Saverin lidera a lista nacional, seguido pela família Safra e outros nomes ligados ao setor bancário e empresarial, como Jorge Paulo Lemann e os herdeiros da família Moreira Salles. O país ainda se destacou pela bilionária mais jovem do mundo, Livia Voigt, de 19 anos, herdeira da Weg, ao lado de sua irmã Dora Voigt.

A pesquisa explora não apenas a origem dessas fortunas, mas também os setores onde elas se concentram, como tecnologia, imóveis, mercados financeiros e indústrias tradicionais. Destaca-se a crescente transferência de riqueza entre gerações, com estimativa de que mais de 1.000 bilionários passarão cerca de US$ 5,2 trilhões para seus herdeiros nas próximas três décadas. Esse fenômeno reflete uma mudança histórica, com o patrimônio herdado superando o acumulado por iniciativa própria.

Embora os bilionários contribuam para inovação, investimentos e filantropia, a concentração de riqueza também levanta questões sobre desigualdade social e mobilidade econômica. A pesquisa propõe examinar o impacto econômico da atração de capitais bilionários e institucionais para fomentar crescimento, inovação e geração de empregos, mas alerta para os riscos de poder político e econômico excessivo concentrado em poucas mãos.

O estudo busca contextualizar a riqueza bilionária dentro do sistema financeiro global, sugerindo que, em termos agregados, a soma das fortunas dos bilionários é inferior às riquezas financeiras administradas por investidores institucionais em nome de bilhões de trabalhadores ao redor do mundo. Essa perspectiva destaca o potencial de influência dos trabalhadores organizados na alocação de recursos globais, especialmente por meio de critérios de ESG (ambiental, social e de governança).

A proposta de capacitação educacional e financeira para ampliar a mobilidade social é central à análise, enfatizando a necessidade de preparar trabalhadores para atender às demandas do capitalismo contemporâneo. A pesquisa sugere que uma abordagem coordenada, com foco no financiamento responsável e no fortalecimento da educação tecnológica, poderia contribuir para uma distribuição mais equitativa de oportunidades e recursos na economia globalizada.