Autor: Fernando Nogueira da Costa
A obra propõe uma análise crítica e interdisciplinar sobre temas que conectam leis, economia, história comparativa e sistemas econômicos distintos, como o capitalismo em evolução e o socialismo real. A pesquisa enfatiza a importância dos direitos de propriedade privada no avanço do capitalismo e questiona a viabilidade de imaginar transições socialistas baseadas apenas na estatização e no planejamento central, sobretudo em economias subdesenvolvidas marcadas pela escassez.
A investigação destaca a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre a Sociologia do Mercado, ampliando a visão econômica para incluir aspectos sociais e culturais que estruturam os mercados. Essa perspectiva revela como relações sociais, normas culturais e instituições moldam a dinâmica dos mercados, retirando-os do campo exclusivamente econômico para situá-los no cotidiano das interações humanas.
Três abordagens principais ajudam a compreender os mercados como fenômenos sociais: a Teoria das Redes, que vê os mercados como construções sociais baseadas em laços estruturais; a Teoria Institucionalista, que foca em mecanismos de poder e normas na formação do mercado; e a Teoria da Performance, que observa a adaptação técnica e cultural no funcionamento das trocas econômicas.
Os mercados são apresentados como construções sociais complexas, influenciadas por instituições formais e informais que regulam comportamentos e transações. Redes sociais facilitam trocas de informação e confiança, enquanto o capital social torna-se essencial para operações econômicas. A cultura, por sua vez, molda preferências e comportamentos, conferindo valores simbólicos a produtos e serviços. Além disso, relações de poder determinam a estrutura e o benefício dos mercados, evidenciando desigualdades sociais e econômicas.
O estudo também aborda a mercantilização de novas áreas da vida social, como educação e saúde, ressaltando a necessidade de regulação para evitar que mercados se tornem arenas exclusivas para privilegiados. A interação entre política e economia é destacada, mostrando como decisões políticas influenciam os mercados e vice-versa, reforçando o papel do Estado na criação de equilíbrio e justiça econômica.
No campo da história comparativa, o estudo explora as dificuldades enfrentadas por sociedades de grande porte ao tentar eliminar mercados como coordenadores de atividades setoriais. Ele sublinha que o desenvolvimento econômico de qualquer república, seja capitalista ou socialista, exige uma combinação de planejamento estratégico, funcionamento de mercados e investimentos em industrialização e tecnologia.
Essa análise histórica e comparativa examina diferentes experiências de desenvolvimento econômico em contextos sistêmicos e culturais distintos, destacando a relevância de mercados na adaptação econômica e social. O planejamento centralizado, embora necessário, não é suficiente para atender às demandas de sociedades complexas, e a interação entre mercado e planejamento é vista como essencial para o progresso.
O estudo conclui com uma abordagem reflexiva e irônica, utilizando a coroa monárquica como símbolo na capa para explorar as dinâmicas entre formas de governo, como monarquias e repúblicas, que coexistem no cenário político global atual. Ao explorar a relação entre sistemas econômicos e contextos sociais, o trabalho busca oferecer uma compreensão abrangente e crítica da evolução das estruturas econômicas e sociais no mundo contemporâneo.