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Autor: Fernando Nogueira da Costa

A Lei nº 1.411, de 13 de agosto de 1951, dispõe sobre a profissão de Economista. Em seu Art. 3º reza: para o provimento e exercício de cargos técnicos de Economia e Finanças, na administração pública, autárquica, paraestatal, de economia mista, inclusive bancos, cujos acionistas forem os Governos Federal e Estadual, nas empresas sob intervenção governamental ou nas concessionárias de serviço público, é obrigatória a apresentação do diploma de bacharel em Ciências Econômicas, ou título de habilitação.

Portanto, comemoramos neste mês 70 anos da minha profissão. É data inesquecível, para mim, porque no próximo mês comemorarei 70 anos de vida. Outra coincidência é, neste ano, constatei ter exatos 50 anos de estudos em Economia. Iniciei meu curso de graduação na FACE-UFMG em 1971, depois de ter feito o vestibular único no Estádio “Mineirão”, com todos os candidatos sentados na arquibancada dura de concreto.

Como foi realizada minha escolha profissional? De maneira quase casual. Na véspera do vestibular, quando iria me inscrever como candidato à Arquitetura – o único a escolher na minha turma do [Ensino Médio] “Científico” de futuros engenheiros –, minha irmã dois anos mais velha me alertou sobre o mercado de trabalho desse ofício.

Sua sugestão, para meu destino profissional, foi ser analista de sistema. – O que?! – Trabalha com computador, conhece isso? – Já ouvi falar... – Essa é uma especialização de pós-graduação. Antes, você tem de fazer qualquer graduação. – Qual?! – Está na moda uma tal de Economia, você não vê a propaganda do “milagre econômico brasileiro”? Vê a bolsa de valores!

No fim do ano de 1970, resolvi fazer o vestibular para Economia sem ter a menor ideia a respeito de o que era esse ofício. Memória do contexto: em 1969, existiam apenas 425.478 estudantes universitários no Brasil. Os concluintes foram 44.709. O Ensino Superior ainda não tinha sido massificado.

À noite, durante o primeiro ano do curso de Ciência Econômica, estudei Programação Assembler para IBM 360. Nas férias de verão, fui estagiar no SPD da UFMG. Odiei trabalhar com a máquina – e os valores dos Engenheiros da Computação.

O acaso de estudar Economia me levou a tomar gosto pela Ciência Econômica, principalmente pelo tratamento multidisciplinar da Economia como um componente de Sistema Complexo. Constatei como economista ter me tornado analista de sistema!