Uallace Moreira Lima
Um dos principais aspectos que marcou o comércio internacional foi a fragmentação da produção, a qual fez com que fosse extinta a necessidade de adquirir competência em todos os aspectos da produção de um bem e permitiu que muitos países pudessem se associar a uma rede de cooperação transfronteiriça, partilhando a produção e especializando-se em apenas uma ou algumas etapas das atividades de produção envolvidos na confecção de um bem final. Entretanto, algumas características dessa lógica, como as assimetrias entre as nações e o forte comércio intra-regional, provocou questionamentos sobre alguns princípios que estão por trás do conceito de cadeias globais de valor, como a não necessidade de política industrial e a defesa do livre comércio. Com a atual crise mundial resultante da Covid-19, algumas tendências no comércio internacional apontam para uma nova dinâmica, onde as políticas industriais na defesa das cadeias produtivas internas ganham cada vez mais relevância. Nesse sentido A hipótese é a de que além das novas tecnologicas enfraquecerem o comércio via cadeias globais de valor, vários países tem anunciando medidas de políticas industriais e tecnológicas para fortalecer suas estruturas produtivas internas nacionais, intensificando assim a construção de uma nova tendência da economia internacional.
Link: https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2020.160.003