Ronaldo Bicalho | Le Monde Diplomatique
A agenda do setor elétrico no mundo hoje é definida a partir da transição energética, fruto da urgência do enfrentamento da crise climática. No caso desse setor específico, essa transição é sinônimo de descarbonização da matriz de geração de eletricidade, implicando em mudança radical da sua base de recursos naturais, com a retirada do seu pilar tradicional, que são os combustíveis fósseis.
Por outro lado, a agenda do SEB hoje é definida a partir do esgotamento do seu modelo hidroelétrico tradicional, que impõe a configuração de uma nova matriz de geração de eletricidade e, portanto, de uma nova base de recursos naturais. Essa mudança é fruto da perda do papel da energia hidráulica como pilar central de sustentação da base tradicional, resultante do esgotamento dos mecanismos clássicos de mitigação do risco hidrológico que advém da perda de capacidade de regularização dos reservatórios.
Esse esgotamento do modelo hidráulico coloca o SEB no jogo da transição para as novas renováveis (eólica e solar); dada a interdição estrutural à ampliação significativa da presença das térmicas na matriz elétrica brasileira imposta pelo novo paradigma setorial representado pela descarbonização implementado pelo setor no âmbito mundial.
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O desmanche do setor elétrico brasileiro
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