Antônio Carlos Diegues | Carta Capital
Como em todo início de governo, as últimas semanas têm sido pródigas em disputas em torno da composição de alianças e da acomodação de divergências entre os integrantes da chamada frente ampla que buscou refrear a escalada rumo à autocracia bolsonarista.
Para além da retórica e do discurso econômico, tais disputas também eclodiram de maneira intensa no núcleo do empresariado industrial brasileiro, personificado na Fiesp. A destituição do presidente Josué Gomes – cujo pai foi vice-presidente da República durante os oito anos do Governo Lula – é o estopim de um processo de disputas em torno do alinhamento político da instituição, como denotam as críticas internas à assinatura do presidente no manifesto pela democracia em meados de 2022.
Para além destes fatores, também se abre espaço para interpretar tal levante como a sinalização de um descontentamento latente da elite industrial paulista com uma suposta proximidade excessiva de seu presidente a um governo que tenha orientações políticas e de estratégia de desenvolvimento distintas daquelas defendidas pela maioria dos industriais paulistas. Nesse episódio nem mesmo o apoio de Lula, Alckmin e Michel Temer foi capaz de dar sustentabilidade a Josué Gomes.
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