Fernando Sarti e Mariano Laplane | Diplomatique Brasil
O Brasil tem um encontro marcado com seu desenvolvimento econômico e social, que depende da diversificação e sofisticação de suas bases produtiva e tecnológica. O processo de desnacionalização em curso não tem colaborado para atingir esse objetivo. Ao contrário, a desnacionalização, aprofundada pela globalização da economia, não promoveu as mudanças necessárias nas estruturas de produção e de comércio e apenas reforçou um padrão de inserção externa frágil e subordinado.
O processo de globalização nas suas diferentes dimensões – financeira, produtiva, comercial e tecnológica – tem sido bastante assimétrico, seletivo e hierarquizado. Isso significa que a geração e captura de valor e a distribuição de ganhos e perdas decorrentes da globalização tem sido bastante desiguais entre países, empresas e setores de atividade econômica.
As grandes corporações transnacionais controlam as cadeias regionais e globais de produção e valor. A partir da gestão de seus ativos financeiros, produtivos, tecnológicos e mercadológicos, decidem o posicionamento e a distribuição das atividades dentro da cadeia de valor. Portanto, controlam a geração e captura de valor nas diferentes etapas da cadeia.
A origem do capital das corporações é um fator condicionante do perfil da base produtiva e tecnológica de um país e, por consequência, do seu padrão de inserção externa. Não é por outro motivo que os países sedes dessas grandes corporações têm adotado políticas de desenvolvimento produtivo e tecnológico com o objetivo de atraírem e reforçarem as atividades mais nobres e de maior valor agregado, incluindo as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
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