William Nozaki | Diplomatique Brasil
Nos 100 primeiros dias do governo Bolsonaro, além das reformas econômicas ultraliberais e das agendas ideológicas neoconservadoras, uma pauta silenciosa teve presença constante nos atos e verbos do Executivo: as transformações estruturais na indústria nacional de petróleo e gás.
As medidas de desmonte levadas à cabo pelo governo foram inúmeras, como se verá adiante, mas chegaram ao debate público por ocasião das declarações e decisões em torno da política de preços dos combustíveis, em especial do diesel.
A paridade internacional dos preços tem trazido problemas sistemáticos tanto para a economia quanto para a própria Petrobras. Apenas nos últimos 12 meses o reajuste do diesel chegou a 13,6% e o da gasolina a 15,5%, no mesmo período a inflação foi de 4,58%. Quando se compara o preço do diesel entre os países produtores de petróleo, o Brasil apresenta o segundo combustível mais caro do mundo, cerca de US$ 1,95/litro (o preço médio global é de em US$ 1,07/litro). Com tamanha imprevisibilidade se torna proibitivo o custo do frete e inviável o planejamento do transporte de cargas.
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