Luiz Gonzaga Belluzzo | Valor
A regressão industrial brasileira foi escoltada por um retrocesso de igual intensidade no debate econômico. Contingente expressivo de economistas conservadores empreende uma campanha de desqualificação das ideias que proclamavam a importância da indústria nas economias contemporâneas.
No livro prestes a ser lançado, “O Brasil, uma economia que não aprende”, Paulo Gala e André Roncaglia registram o fenômeno: “No Brasil e no mundo muitos economistas ainda não acreditam na potência da indústria para gerar o desenvolvimento econômico. Isso se deve a um longo engessamento intelectual na fé ingênua do espontaneísmo de mercado e do livre comércio em promover o progresso material das nações, bastando apenas produzir aquilo que se faz de melhor”.
Ainda nos anos 20, o brasileiro Roberto Simonsen perseguiu o projeto de industrialização com a pertinácia dos obstinados. Em seu discurso inaugural na fundação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, em 1928, Simonsen proclamou que “no atual estágio da civilização a independência econômica de uma grande nação, seu prestígio e sua atuação política como povo independente no concerto entre as nações só podem ser tomados na consideração devida possuindo esse país um parque industrial eficiente, na altura de seu desenvolvimento agrícola”.
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