Ricardo Carneiro e Bruno Moretti | Carta Capital
Várias matérias recentes na imprensa, em boletins de bancos alguns think tanks, e o Boletim Focus do Banco Central, anteveem uma aceleração do crescimento para 2022 e estagnação para 2023. Essas análises e previsões, em parte amparadas nos dados mais recentes do PIB divulgados pelo IBGE constatam que o crescimento no primeiro semestre do ano foi surpreendentemente mais forte do que o esperado, mas obtido com estímulos governamentais temporários, que serão mantidos no segundo semestre de 2022, mas sendo pouco provável preservá-los em 2023, ao menos sob as regras fiscais vigentes, devendo, portanto, o crescimento arrefecer.
A constatação sobre a inesperada aceleração da primeira metade de 2022 é um fato, já a possibilidade de aceleração na segunda metade do ano e a desaceleração em 2023, são conjecturas sujeitas a muitas controvérsias – sobretudo essa última, que dependerá da política econômica de um novo governo. Assim, dado o impacto que terá a eventual aceleração do crescimento no segundo semestre sobre os resultados das eleições, cabe examinar a questão em detalhe.
Na atual conjuntura, fazer previsões para o comportamento de curto prazo da economia brasileira é uma tarefa de grande complexidade e sujeita a grande margem de erro, dado o elevado número de fatores conflitantes envolvidos. Desde logo, o contexto internacional marcado por turbulências geopolíticas, inflação elevada, aumentos generalizados dos juros nos países centrais e desaceleração do crescimento e do comércio. No âmbito doméstico, o ritmo de crescimento, cuja trajetória ainda está condicionada pela normalização pós-pandemia, sofre a influência de políticas econômicas contraditórias, ou seja, estímulos fiscais e parafiscais contrastando com a forte elevação da taxa de juros básica.
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