Emilio Chernavsky | Carta Capital

 

O início do governo Bolsonaro se deu sob grandes expectativas de recuperação da economia. Após uma longa depressão, os índices de confiança de consumidores e empresários retomavam os níveis de seis anos antes. As taxas de juro caíam, e os preços das ações subiam. O ministro da economia festejado pelo mercado se permitia anunciar reiteradamente suas previsões de múltiplas reformas e de rápida retomada. O Brasil voltaria a “crescer 3,5% no curto prazo”.

Tamanho otimismo começou a ser colocado em dúvida já em 2019 com os resultados pífios da atividade, e foram abandonados em março de 2020 com o choque da pandemia de Covid-19 que jogou o país em profunda recessão. Entretanto, mais de dois anos após esse choque, e transcorridos quase quatro quintos do mandato, o otimismo no discurso do governo (“o crescimento do país vai surpreender novamente”) e a avaliação positiva da economia continuam (o “Brasil tem um dos melhores desempenhos pós-pandemia”).

Buscando avaliar se esse otimismo possui base real, este texto propõe uma análise comparativa dos dados da última edição do World Economic Outlook, publicação semestral do Fundo Monetário Internacional, o FMI, que apresenta a visão do órgão sobre a evolução da economia global, incluindo as previsões sobre os agregados macroeconômicos por ele elaboradas para cada país.

 

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