Fábio Terra | Valor
O forward guidance é um instrumento de política monetária em que o banco central guia o que a sociedade deve esperar da política de juros futura. A ideia do instrumento não é nova. Em sua Teoria Geral, Keynes muito argumentou sobre a necessidade de o banco central conduzir expectativas. Neste particular, sua tamanha preocupação o levou a dizer que a “política monetária que atinge a opinião pública como tendo caráter experimental ou facilmente passível de mudança pode falhar. A mesma política [...] pode se provar facilmente bem-sucedida caso se apresente à opinião pública como sendo razoável e praticável”.
As regras monetárias, tanto as metas monetárias de Friedman, quanto a meta de inflação da Nova Síntese Neoclássica, existem justamente como um subsídio para evitar o colapso de expectativas pelas ações-surpresa dos bancos centrais. Logo, não há dúvidas: expectativas são cruciais para a política monetária.
O forward guidance foi oficializado como instrumento de política monetária antes da crise de 2008. Sua implementação foi no Japão em 2007, sendo seguido pelo Fed, pelo BoE e pelo BCE. Ele foi inicialmente pensado como um mecanismo adicional de política monetária em face do “zero lower bound” das taxas básicas. A lógica do instrumento é o banco central ir além de informar apenas sua sistemática operacional, o uso de seus juros básicos para perseguir determinada meta de inflação e/ou alguma condição no mercado de trabalho. Com o forward guidance o banco central oferece, deliberadamente, o passo a passo que perseguirá até alcançar sua meta.
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Por que não oficializar o ‘forward guidance’?
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