Marcelo Miterhof e Daniela Magalhães Prates | Diplomatique Brasil
A independência do Banco Central (BC) é uma oferta do santo graal que políticos recorrentemente fazem ao tecnicismo e aos interesses do “mercado”.
O BC brasileiro há algumas décadas tem autonomia operacional para executar a política monetária. A independência significaria conferir a seus diretores mandatos por períodos fixos e não coincidentes com o do presidente da república.
Em torno do tema estão em disputa os entendimentos sobre a economia e os objetivos do BC. Para a teoria convencional, a inflação seria um efeito da excessiva expansão da economia e mantê-la baixa, dando confiança aos investidores, seria o melhor que o Estado pode fazer para favorecer o crescimento. Assim, o BC deve se pautar somente pelo controle da inflação.
Sob um objetivo tão simples e bem definido, os mandatos fixos poupariam o BC de influências políticas danosas: subir os juros quando preciso seria o preço a se pagar de imediato pelo bem-estar de longo prazo.
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