Fábio Terra e Gabriel Galipolo | Valor
O Banco Central conduziu bem o enfrentamento da crise da covid-19. Em geral, ele adotou quatro tipos de medidas, 1- redução da Selic, que foi a 2% em agosto de 2020 e está neste patamar desde então; 2- rápida oferta de liquidez, com mais de uma dezena de medidas que somaram mais de R$ 2 trilhões de concessão de crédito e liberação de capital das instituições financeiras; 3- fez sinalização futura (forward guidance) como instrumento auxiliar à redução da Selic; 4- realizou intensa política cambial, lidando como possível com as oscilações cambiais no início da crise, adquirindo reservas em meados do ano, e cuidando das pressões por dólar quando o overhedge contratado no começo da crise venceu em fins de 2020.
Ademais, com o Orçamento de Guerra, o BC foi autorizado a comprar ativos privados e títulos públicos em mercados secundários. Assim, o BC foi habilitado a evitar deflação de ativos e perda patrimonial das instituições financeiras bem como a administrar a curva de juros da dívida pública. Porém, embora permitido, o BC não executou estas políticas de balanço e, alternativamente e em conjunto com o Tesouro, optou por não sancionar os juros mais altos pedidos na ponta longa e encurtou a duration da dívida pública, política que foi eficiente na redução do serviço da dívida.
Contudo, esta política monetária expansionista e modernizada pode estar com seus dias contados, seja por razões próprias à economia brasileira, seja por questões externas com impactos sobre o ciclo internacional de liquidez e, assim, sobre o Brasil. E agora?
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