Fábio Bittes Terra | Valor
Em artigo publicado no dia 8 de março, no Valor, André Lara Resende propõe alternativas ao mainstream macroeconômico. Com ideias em muito baseadas nas finanças funcionais de Abba Lerner e na roupagem moderna delas e que as oferece uma teoria monetária, o neochartalismo do MMT, Lara Resende traz interessantes reflexões em nível teórico e também faz proposições à economia brasileira - tocando em pontos sensíveis, como as operações compromissadas, o desajuste fiscal e a reforma da previdência.
O MMT é parte do paradigma pós-keynesiano, mas não é isento de controvérsias no próprio pós-keynesianismo. As críticas mais comuns ao MMT (e às finanças funcionais) são: (i) as origens da moeda e a lógica "tax-driven" de aceitação dela, (ii) a ausência de restrições financeiras à política fiscal, (iii) a política monetária servir, em última instância, para manter estável uma taxa de juros propícia ao investimento privado e para estabilidade financeira, (iv) a relevância das conclusões do MMT para os países emergentes que não emitem moeda conversível e ocupam posições desfavoráveis na hierarquia do sistema monetário e financeiro internacional, e (v) a validade das recomendações de política econômica, sobretudo atinentes à panaceia do gasto público.
Esse artigo traz outra crítica ao MMT: a negligência do papel da confiança do público na moeda para a convencionar enquanto moeda. Lara Resende argumenta sobre a confiança na política econômica, mas pouco sobre a necessidade da confiança do público para que a moeda estatal seja moeda ao longo do tempo – afora questões de expectativas inflacionárias que ele bem traz, que são muito relevantes, mas aquém do que confiança significa para a moeda, como se argumentará.
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