MÍDIA
Charles Alcantara e Eduardo Fagnani | Congresso em Foco
Entre o segundo trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2019 a queda média do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 0,7% ao ano, enquanto a população total crescia a 8% ao ano. Como resultado, o PIB per capita do Brasil, após atingir um pico de US$ 13.295 em 2011 (valor em dólares correntes) deverá fechar 2019 em US$ 8.796,90, patamar próximo ao verificado em 2008, estima o Fundo Monetário Internacional.
Situação distinta verificou-se no mundo dos super-ricos. Segundo a Forbes, entre 2010 e 2020, o número de bilionários brasileiros subiu de 30 para 238; a fortuna acumulada por esse seleto grupo passou de R$ 217,7 bilhões para R$ 1,6 trilhão (valores correntes); em relação ao PIB, em igual período, o patrimônio dos bilionários deve crescer de 5,9% para 23% do PIB, um valor quase igual ao PIB do Chile em 2018.
O triunfo dos bilionários contrasta com a piora das condições de vida dos brasileiros. Estima-se que a pobreza extrema deve dobrar entre 2013 e 2019, retrocedendo aos parâmetros de 2004. A fome voltou a crescer, após recuar por mais de uma década. Entre 2013 e 2018, a proporção de domicílios que apresentavam insegurança alimentar subiu de 20,3% para 35,1%, patamar superior ao observado em 2004 (33,1%). Mais de 10 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar severa, não tendo acesso regular à alimentação básica, estando a quase metade dos famintos na Região Nordeste.
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