MÍDIA
Alexa Salomão | Folha SP
Cheia de detalhes técnicos e controversa até para iniciados. Assim é a Teoria Monetária Moderna, normalmente identificada pela sigla na versão em inglês MMT. Dada a sua complexidade, o debate sobre seus conceitos costuma ficar restrito ao mundo acadêmico.
De forma bem simplista, ela sustenta que o Estado pode ter déficit, dívida e emitir moeda nacional o quanto quiser —enfim, gastar sem quebrar. Uma afirmação que se contrapõe ao pensamento econômico convencional, chamado ortodoxo, que sustenta exatamente o contrário, a necessidade de controlar dívida e gasto públicos, para manter a saúde financeira do Estado e do país.
Na semana passada, a MMT virou notícia depois de ter sido citada justamente num dos textos mais aguardados e observados: o parecer do senador Alexandre Silveira (PSD-MG) para embasar a aprovação da PEC da Transição (proposta de emenda à Constituição) —medida que libera o governo eleito para elevar o gasto de 2023.
O estresse intelectual se instalou entre economistas quando se depararam com a sigla no texto do Congresso.
Seus defensores afirmam que as constatações da MMT, bem aplicadas, geram benefícios.
"A ideia dominante é que o Estado precisa controlar suas contas ", afirma Simone Deos, pesquisadora sênior do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). "Mas as contribuições de pesquisas empíricas, aglutinadas na MMT, mostram que o investimento do Estado gera crescimento, renda e arrecadação, e que contrair gastos reduz PIB e arrecadação."
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