MÍDIA

 

No artigo publicado no jornal Valor, Fernando Nogueira da Costa debate as diferenças entre duas correntes econômicas no Brasil: o social-desenvolvimentismo (SD), associado aos economistas de esquerda e focado na melhoria das condições para os trabalhadores, e o novo-desenvolvimentismo (ND), que prioriza os interesses dos setores industriais. Ele destaca que o SD favorece uma política "wage-led", onde o aumento dos salários impulsiona o consumo interno e, consequentemente, o crescimento econômico, especialmente em um país com um grande mercado consumidor como o Brasil. Esse modelo é oposto ao "export-led", defendido pelo ND, que propõe a valorização das exportações como motor de crescimento, em paralelo com uma política de desvalorização cambial para favorecer a indústria.

Nogueira critica essa perspectiva, argumentando que o Brasil não está inserido nas cadeias globais de valor, como os países asiáticos, e que a desvalorização cambial não seria benéfica. Além disso, ele questiona a necessidade dessa desvalorização, dado que o Brasil já apresenta superávit comercial e reservas cambiais elevadas. Ele também alerta para o risco de uma maior desnacionalização da economia brasileira, visto que muitas empresas exportadoras têm controle estrangeiro e remetem lucros ao exterior, o que pode gerar desequilíbrios no balanço de pagamentos.

O autor ainda critica o ND por não reconhecer que o Brasil tem uma economia estruturada para atender ao mercado interno, com baixo custo de trabalho e alta demanda. Nogueira desafia a tese de que o Brasil está em processo de desindustrialização devido à "doença holandesa", apontando que a participação da indústria no PIB se manteve relativamente estável nas últimas décadas, e que o problema central é a falta de autonomia tecnológica.

 

Link para leitura completa: https://valor.globo.com/opiniao/coluna/social-desenvolvimentismo-x-novo-desenvolvimentismo.ghtml