MÍDIA

 

Eduardo Cucolo | Folha de São Paulo

 

Reverter a deterioração das instituições políticas e econômicas do Brasil, promovida pelos Poderes Executivo e Legislativo nos últimos anos, é vista como um dos principais desafios para o próximo presidente da República para que o país volte a crescer de forma sustentável.

A Folha questionou analistas sobre as três prioridades na área econômica para o próximo mandato presidencial. As respostas mostram que é necessário ir além das reformas que aumentam a eficiência do gasto público e a competitividade do setor privado, pauta que se destacou na eleição passada.

Os ataques à democracia e as constantes mudanças feitas na Constituição a toque de caixa abalam a confiança dos agentes econômicos, afirmam os entrevistados, além de afastar investimentos.

Para além da opinião individual dos economistas, essa percepção se reflete atualmente no aumento do risco país, das taxas de juros de longo prazo e no câmbio.

André Biancarelli, diretor do Instituto de Economia da Unicamp, afirma que a volta à normalidade institucional é o passo inicial, um desafio para além da economia, sem o qual o Brasil não vai avançar nas questões propriamente econômicas.

"O país precisa de um esforço concentrado de reconstrução institucional e civilizatória", afirma Biancarelli. "O Brasil não vive, faz tempo, tempos normais do ponto de vista de como se organiza a sociedade, as relações jurídicas, a política e as relações econômicas."

Biancarelli também coloca entre as prioridades a reconstrução das regras fiscais, outro ponto destacado por vários analistas, embora não haja consenso sobre quais seriam as mais adequadas para o momento atual de restrições orçamentárias. Ele, por exemplo, defende a substituição do teto de gastos e o fim de mecanismos como o orçamento secreto.

 

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