MÍDIA
Carolina Riveira | Na Revista Exame
Nada está tão ruim que não possa piorar. O ditado popular foi usado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada, ao falar sobre os preços do dólar e da gasolina. Pois um grupo grande de economistas já começa a apostar que o que está ruim pode mesmo piorar: o Brasil corre o risco de ingressar em um cenário de estagflação, a combinação perversa entre estagnação do crescimento econômico, desemprego e inflação alta.
Por ora, é apenas um risco. O cenário atual é ruim, mas não chega perto dos anos 1970, que tiveram a última crise oficial de estagflação globalmente — abrindo caminho para a “década perdida” e a hiperinflação nos anos 1980 no Brasil. Mas a deterioração das expectativas é uma realidade.
“Os sinais correntes ainda são de recuperação, mas só porque o tombo de 2020 foi muito grande. Todas as projeções já estão caminhando para baixo”, diz o economista André Biancarelli, diretor do Instituto de Economia da Unicamp.
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