MÍDIA

 

Raphael Coraccini | Inteligência Financeira

 

O Brasil estabeleceu em 2021 a autonomia do Banco Central. Embora essa definição seja reducionista, ajuda a explicar que o BC conseguiu se afastar das decisões do executivo federal. Mais especificamente, das decisões do presidente da República.

O tema volta à discussão porque há no Congresso uma proposta de lei que visa ampliar esse descolamento entre BC e executivo.

Nesse sentido, entenda o que é autonomia do Banco Central em suas diferentes dimensões, quais mudanças ainda estão em discussão e as avaliações sobre o que já está consolidado.

“O grande objetivo passou a ser o cumprimento da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Enquanto isso, a suavização do ciclo financeiro e a estabilidade financeira foram colocadas como funções inferiores à concretização do regime de metas”, avalia Simone Deos, professora do Instituto de Economia da Unicamp.

A independência em relação ao governo pode abrir espaço para um aumento da interferência de interesses privados. A ponderação é de Simone, da Unicamp.

“A instituição não fica flutuando. Ela é influenciada por forças políticas, que estão sempre em conflito em relação à direção que deve ser tomada”, alerta a professora.

“Invariavelmente, a instituição estará mais sujeita às pressões do setor privado se ganhar autonomia em relação à tutela do governo”, complementa.

A influência do setor privado poderia significar decisões sobre juros, entre outras, enviesadas, diz a professora.

Isso por conta do aumento da influência de setores específicos e em detrimento da sociedade como um todo.

“A política monetária, como o nome diz, é política. E afastá-la da política econômica e da política mais ampla é uma contradição em termos, para dizer o mínimo”, arremata.

 

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