MÍDIA
O artigo “O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial: Da euforia à inquietação?”, de Valéria Delgado Bastos, Antônio Márcio Buainain e Sergio Medeiros Paulino de Carvalho, publicado na Revista dos Economistas do Conselho Federal de Economia, analisa criticamente o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Antônio Márcio Buainain é professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador do Centro de Economia Aplicada, Agricultura e Meio-Ambiente (CEA/IE/Unicamp) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento.
O PBIA, apelidado de “IA para o Bem de Todos”, tem cinco objetivos principais, incluindo a promoção do protagonismo global do Brasil em IA e o desenvolvimento de infraestrutura tecnológica avançada. Apesar da euforia inicial, o artigo aponta lacunas e desafios na implementação do plano, como a ausência de indicadores claros e a fragmentação em mais de 90 iniciativas.
O financiamento de R$ 23 bilhões entre 2024 e 2028, composto majoritariamente por crédito e apoio do FNDCT, é considerado insuficiente frente às demandas da política. Os autores destacam problemas como o viés estatizante e acadêmico, falta de integração com a demanda industrial e riscos de cortes orçamentários.
Embora o PBIA represente um avanço ao propor políticas além da regulação, ele herda problemas estruturais das políticas de inovação brasileiras, com governança fragmentada e objetivos pouco claros, colocando em risco sua efetividade.
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