MÍDIA

Carolina Riveira | Na Exame

Se havia uma palavra resumindo as expectativas para o governo do presidente americano, Joe Biden, esta era moderação. Com três décadas de experiência no Senado e tendo papel de importante articulação como vice no governo Barack Obama, Biden era um político conhecido e previsível. O mesmo pode ser dito de seu gabinete, com nomes tradicionais em Washington — da secretária do Tesouro, Janet Yellen, saudada pelo mercado financeiro quando anunciada, ao secretário de Estado, Antony Blinken, e o “czar” do clima, John Kerry.

"Eu diria que o principal destaque do governo Biden na frente econômica é ter deixado muito evidente a pretensão de colocar os EUA como grandes vencedores do século 21”, diz o professor Marco Antônio Rocha, do Instituto de Economia da Unicamp. E isso significa, a partir de agora, dar a largada oficial em uma disputa tecnológica com a China — uma das “heranças” do governo Donald Trump e frente na qual Biden parece não estar disposto a retroceder. "Fica claro que Biden está, de certa forma, reestruturando o capitalismo americano para enfrentar o chinês”, afirma Rocha.

Especialista em desenvolvimento da indústria e tecnologia, Rocha aponta que essa mudança de rota americana deve respingar em todo o mundo. Para ele, juntos, China e EUA vão “reorganizar a estrutura física do capitalismo”, com investimentos que busquem mais produtividade, melhorias logísticas e novas tecnologias na indústria 4.0, como automação crescente e energias verdes. Para impedir que os dois gigantes não se distanciem muito do resto, outras potências industriais, como Alemanha e Japão, devem também colocar o pé no acelerador.

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