A Pnad permite avaliar a evolução da renda na base da pirâmide social, mas é insuficiente para entender o que acontece em seu topo. Realizada anualmente, a Pnad retrata bem como os percentuais da população abaixo das linhas de pobreza e de pobreza extrema caíram continuamente desde a estabilização da inflação. Sublinhe-se que a queda foi acelerada entre 2005 e 2014 pelo crescimento mais rápido da economia e do emprego, pela expansão do Bolsa Família e pelo aumento dos benefícios previdenciários vinculados ao salário mínimo, que teve forte alta real no período.

A linha de pobreza extrema define a renda para comprar uma cesta básica com o mínimo de calorias necessárias à subsistência de uma pessoa, segundo os critérios da FAO e da OMS. A linha de pobreza foi arbitrada como o dobro da linha de pobreza extrema. O total de brasileiros na condição de pobreza diminuiu de 51,8 milhões, em 1995, para 25,8 milhões em 2014, ou de 35% da população para 13,3%. Considerando a pobreza extrema, a queda foi mais acentuada, vindo de 15,2% da população total em 1995 para 4,2% em 2014.

Não resta dúvida de que houve melhora relativa e absoluta da renda dos 50% mais pobres de 1995 a 2014. Segundo a Pnad, a fatia dos 50% mais pobres na renda nacional teria subido de 12,3% em 1995 para 17% em 2014 sugerindo uma substancial melhoria de distribuição. Estes percentuais, porém, referem-se a uma renda subestimada e demandam ajuste.

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