MÍDIA

 

Tatiane Correia | GGN

 

O primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva termina com perspectivas bastante otimistas tanto no campo econômico como no campo político, e os prognósticos para o ano de 2024 têm sido igualmente otimistas.

Dois economistas ouvidos pelo Jornal GGN traçam seus respectivos balanços para o cenário econômico brasileiro no ano de 2023, com destaque para a melhora de indicadores como o índice de desemprego, além das vitórias governistas no Congresso que ajudaram a aprovar medidas como a reforma tributária e o arcabouço fiscal.

“O atual governo começou com uma expectativa de crescimento por parte dos agentes de mercado de menos de um ponto percentual de crescimento do PIB, uma inflação acima do teto da meta, uma taxa de juros bastante elevada e uma taxa de câmbio real sobre o dólar desvalorizada”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings.

Como resultado das medidas adotadas pelo governo federal ao longo deste ano, Fernando Nogueira da Costa, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp e articulista do Jornal GGN, elaborou uma série de cálculos para analisar o ano de 2023 em termos econômicos.

A começar pela inflação brasileira: o total acumulado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2023 até o mês de outubro foi de 3,75%, enquanto o IPCA acumulado nos últimos 12 meses atingiu de 4,82% contra o IPCA acumulado de 2022 de 5,78%.

“Resultado de acordo uma inflação inercial pouco abaixo de 6% aa, desde 2004, exceto 2015 com 10,67% e 2021 com 10,06% “fora-da-curva” devido a choques de preços administrados, “descongelados” para realinhamento de preços relativos, e a choques cambiais”, diz o professor da Unicamp.

No ano corrente, os dados da inflação brasileira chegaram a patamar semelhante ao visto no Uruguai (4,96%), Peru (3,64%), México (4,26%), e fica abaixo da Colômbia (10,48%).

“Foram superados os problemas de quebra das cadeias produtivas e comerciais globais, devido ao distanciamento social causado pela pandemia”, disse Nogueira da Costa, ressaltando que os dados no comparativo com o BRIC ficaram abaixo da abaixo da Rússia (6,7%), igual à da Índia (4,87%) e acima da inflação na China (-0,2%).

Quanto ao PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, houve crescimento em todos os trimestres, chegando a 3,1% no terceiro trimestre de 2023. O crescimento econômico no Brasil acompanha o consumo das famílias (62% do PIB) e dos serviços (67% do valor adicionado).

Nas atividades econômicas, a taxa (%) acumulada nos últimos quatro trimestres (contra os quatro trimestres imediatamente anteriores) foi de 2,8% em Serviços, diante 14,4% em Agropecuária (6,7% do VA) e 2% na Indústria (26,3% do VA).

“Essa desindustrialização contínua talvez possa ser atribuída à Maldição do Pato Amarelo, patrocinado pelo golpismo da FIESP contra a presidenta reeleita democraticamente”, diz Nogueira da Costa.

Na análise da demanda, o professor da Unicamp diz que a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 3,7%, a Despesa de Consumo do Governo teve alta de 1,0% e a Formação Bruta de Capital Fixo caiu 1,1%. Já no âmbito externo, as Exportações de Bens e Serviços (10,3%) cresceram enquanto as Importações de Bens e Serviços (-0,1%) apresentaram variação negativa no período.

 

Notícia completa: https://jornalggn.com.br/economia/2023-o-ano-da-reconstrucao-da-economia-brasileira/