MÍDIA
Julia Possa | Poder 360
A adesão brasileira à Nova Rota da Seda ainda é um ponto de interrogação nas relações Brasil-China. A iniciativa firmada pelo presidente chinês Xi Jinping em 2013 oferece investimentos e acordos bilaterais a mais de 140 nações ao redor do mundo –incluindo 19 da América Latina e Caribe. Mas não entrou na agenda das relações sino-brasileiras.
O Banco Mundial já classificou a Nova Rota da Seda como o maior programa de infraestrutura do mundo. Desde 2013, bancos e empresas chinesas financiaram US$ 40 trilhões em usinas de energia, ferrovias, rodovias e portos. Os avanços mais recentes estão na entrega de vacinas à covid e nas redes de telecomunicações, como o 5G.
Do lado brasileiro, nenhum governo desde Dilma Rousseff (2011-2016) sinalizou interesse em aderir à iniciativa. Em 2017, no 1º encontro realizado pela China, o Brasil foi representado pelo embaixador Marcos Caramuru, e pelo então secretário especial de Michel Temer, Hussein Kalout. Na 2ª edição do encontro, em 2019, nenhum brasileiro foi ao fórum.
“Nações do Sudeste Asiático e da África, por exemplo, têm uma demanda muito grande por infraestrutura mas há uma fragilidade muito grande não só econômica, mas institucional. Isso torna as relações desses países com Pequim muito assimétricas”, afirma Roberto Zanchetta Borghi, professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O Brasil não está na mesma situação. É a maior economia da América Latina, o que amplia o espaço para barganha. “Não seria uma relação tão assimétrica. O Brasil se torna cada vez mais um grande exportador de commodities, em especial daquilo que a China precisa, como soja e minério de ferro”, diz Borghi.
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