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Diante de uma crise que fez com que o número de desempregados no país ultrapassasse 15 milhões de pessoas e a taxa de desemprego atingisse 14,9%, o mercado de trabalho tem dado sinais de recuperação. Há geração de empregos, embora com salários mais baixos e, principalmente, criados no mercado informal. Esse crescimento, porém, deve desacelerar nos próximos meses, colocando em risco o cenário para os trabalhadores este ano.

Com estimativas de crescimento muito fraco ou mesmo negativo para a economia brasileira em 2022, projeções de bancos e consultorias apontam que o total de desempregados ainda deve ficar acima de 12 milhões de pessoas em dezembro deste ano – ou até ultrapassar 14 milhões, segundo algumas entidades. A taxa de desemprego deve se aproximar do nível pré-pandêmico (era de 11,8% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2020) no curto prazo, mas tende a crescer novamente até o final de 2022, sem ter mais influência positiva do aumento da mobilidade.

Para Denis Maracci Gimenez, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit) e professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os indicadores sugerem que o momento atual não pode ser descrito como de recuperação, apesar da geração de vagas nas pesquisas que acompanham o mercado de trabalho.

“O que vejo é uma espécie de espasmo, mas não é uma recuperação. O mercado de trabalho encontra-se muito deprimido, com elevado grau de insegurança e instabilidade e baixíssimo nível salarial. E o que vemos é um cenário igualmente difícil para 2022, com baixo crescimento econômico, baixo dinamismo e baixo investimento. Não acredito em uma atuação virtuosa que permita uma reversão da situação de trabalho no curto prazo”, afirma.

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