MÍDIA

Pedro Paulo Zahzuth Bastos e Luiz Gonzaga Belluzzo | Na Carta Capital

Em um momento de crise profunda como o mundo inteiro enfrenta hoje, a coordenação pública se revela o principal mecanismo de garantia da ordem social e econômica. Tal coordenação não é necessária apenas para superar a crise da saúde pública, mas também para conter e reverter seus efeitos diretos e indiretos sobre a economia.

O efeito direto da paralisação de atividades econômicas para limitar a difusão da covid-19 é imediato. Seus efeitos indiretos se prolongam por mais tempo. A tarefa do poder público não é só limitar o impacto imediato, e sim planejar para que o choque não se estenda a ponto de inviabilizar a recuperação em seguida.

O choque negativo sobre a renda privada, em escala global, não tem precedentes na história do capitalismo. Seu caráter abrupto é reforçado pela incerteza radical a respeito do futuro. Os movimentos de preços deixam de indicar opções seguras de investimento e consumo para empresas e famílias, e a retração das decisões de gasto privado pode levar a um círculo vicioso que tende a um nível sem precedentes de falências, desemprego e deterioração fiscal.

Em qualquer situação de crise, é inevitável que o choque sobre o balanço patrimonial de empresas e famílias provoque déficit público. Se o poder público reagir à queda de arrecadação tributária cortando seu gasto, a “economia burra” reforça a espiral descendente, multiplica as falências e a queda da arrecadação, trazendo a ampliação do déficit e da dívida pública que se queria evitar, a um custo ainda maior para a sociedade.


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