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A especulação e a volatilidade do dólar explicam a alta histórica da moeda americana em relação ao real brasileiro, analisou o economista Pedro Rossi, no UOL News, do Canal UOL, nesta quinta-feira (19).
A coisa que explica o dólar [ao pico histórico] se chama especulação. E o Brasil, ele tem a moeda volátil, a mais do sistema internacional, entre as moedas mais importantes já há muito tempo.
Pedro Rossi, professor e economista.
Na quarta (18), a moeda americana fechou em forte alta de 2,82%, cotado a R$ 6,26, novo recorde, sob temor de que o pacote de corte de gastos proposto pelo governo federal seja desfigurado no Congresso. Apenas em 2024, a desvalorização do real frente ao dólar chega a 21%.
O real flutua tanto no curto prazo em relação ao dólar, mais do que outras moedas. Isso não se vê no debate público. O que se vê no debate público? Naturalização da precificação do mercado na moeda brasileira, e se coloca a culpa desse movimento em outras coisas.
Eu não vou chatear vocês com questões mais teóricas, mas existe uma visão econômica que coloca no mercado e na sua suposta eficiência um poder disciplinador dos governos. E é isso que prevalece na mídia brasileira, no geral.
Ou seja, se diz que há um problema fiscal e que o mercado está apontando esse problema como se isso fosse natural. Isso não é natural. A questão fiscal é um processo democrático sendo discutido com todas as suas falhas no Congresso Nacional, mas não é o mercado que tem que dizer qual é a direção daquele processo.
Nenhum outro país tem esse tipo de volatilidade. Ou seja, há países com problema fiscal muito maior do que o brasileiro e não tem essa volatilidade cambial. O problema é o câmbio, o problema é o mercado de câmbio, extremamente volátil, suscetível à especulação financeira, e isso precisa ser corrigido.
Pedro Rossi, professor e economista
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