Pedro Rossi | Revista Claudia

 

Eu sofri por muito tempo com taxas de juros abusivas. Não tive educação financeira, não entendia como as minhas dívidas se multiplicavam. Com ajuda de uma consultoria, saí dessa cilada. E nunca mais usei o cartão de crédito e nem tomei empréstimos. Agora gasto o que tenho em mãos”, diz a empreendedora e doula Juliana Pedrosa.

Quitar contas atrasadas está mais difícil, a renda está cada vez mais comprometida e pensar em solicitar empréstimo ou financiamento se torna um pesadelo, assim como foi para Juliana. Todos esses importantes marcos da vida financeira de uma pessoa são resultado de um ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2021, que soma 10 aumentos consecutivos da taxa básica de juros. A Selic está hoje em 12,75%, o maior patamar desde abril de 2017, quando ela estava no piso histórico de 2%. Esse é aquele momento em que o frequente papo na roda de conversas entre economistas chega ao bolso do consumidor.

A cada 10 brasileiros, quase 8 têm dívidas. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer atingiu 77,7% em abril, a maior proporção da série histórica iniciada em janeiro de 2010. “O Banco Central aumenta a Selic para tentar controlar a inflação, ou a alta dos preços.

“O Brasil vive um momento delicado no qual os juros e a inflação altos convivem com o desemprego e a queda da renda da maior parte da população brasileira. O caminho mais adequado é uma política de combate à inflação que busque ao mesmo tempo preservar o poder de compra da população, especialmente da parcela mais pobre, e estimular o crescimento e a geração de empregos”, pontua o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Pedro Rossi.

 

Leia a notícia completa: https://claudia.abril.com.br/sociedade/escalada-juros-dividas/