MÍDIA

Bruna Martins | Casa Vogue

Construir a casa própria, no Brasil, é um sonho que vem ficando a cada dia mais caro. Segundo dados do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), que é tocado em conjunto pelo IBGE e a Caixa Econômica Federal, o preço da construção do m² mais que dobrou nos últimos seis anos, passando de R$ 968,70, em janeiro de 2016, para R$ 1.525,48 em janeiro deste ano – um aumento de 57,48%.

No mesmo período, de 2016 a 2022, a inflação acumulada foi de 36,94%, o que demonstra o encarecimento da construção de forma mais elevada que o aumento dos preços em geral, no país.

Segundo Marco Antonio Rocha, professor do Instituto de Economia da Unicamp, a pandemia teve grande influência nessas estatísticas. De 2020 para cá, as medidas restritivas causaram a escassez – e posterior encarecimento – de diversos insumos necessários para a construção civil, como estruturas pré-moldadas e de alumínio.

“Em um primeiro momento, houve certa interrupção nas linhas de produção e no transporte de alguns materiais, e o retorno não foi suficiente para atender a retomada da demanda. Além disso, há também um gargalo na logística desses insumos que está demorando a se normalizar por conta das seguidas ondas de transmissão de Covid”, explica o professor.

Dentre os problemas de logística citados estão os transtornos relacionados ao frete marítimo, ocorridos de forma geral na indústria. “O momento da interrupção das operações de embarque, formação de filas, escassez de contêineres, aumento do preço dos combustíveis e o gargalo na retomada: tudo isso gerou um encarecimento do transporte marítimo e, consequentemente, do preço que o consumidor paga pelos insumos”, diz o especialista.

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