MÍDIA

Eduardo Cucolo | Folha de São Paulo

Economistas americanos têm mudado sua visão sobre o papel dos gastos públicos e da distribuição de renda para o bem-estar do país, em um movimento que representa uma guinada no pensamento nesta área na maior economia do planeta.

Em um período de aproximadamente três décadas, o conceito de austeridade fiscal vem sendo substituído por uma nova abordagem, em que políticas governamentais são vistas como necessárias para garantir bem-estar e crescimento, combater monopólios e amenizar o impacto de mudanças climáticas e problemas sociais.

O professor André Biancarelli, diretor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), afirma que a sondagem reflete uma mudança que vem ocorrendo desde a grande crise financeira de 2008 no pensamento dos economistas mais bem posicionados no debate, não só no meio acadêmico, mas também na interação com a política econômica e em instituições multilaterais.

Nesse período, as grandes economias apostaram em políticas de taxas de juros muito baixas, ou até negativas, mas o estímulo monetário não foi suficiente para recuperar o crescimento.

A pandemia reforçou essa percepção, como pode ser visto nos discursos do FMI (Fundo Monetário Internacional) e em ações de governo nos EUA e na Europa, diz Biancarelli.

"Os governos foram recorrer ao que se tem no estado da arte da discussão econômica, e descobriu-se que os economistas mais influentes já não pensavam de uma maneira tão rígida, de que é preciso cortar gastos, preocupados só com a sustentabilidade", afirma.

"O ambiente intelectual dominante nos EUA e na Europa em relação à política fiscal já tinha mudado antes da Covid. A pandemia escancarou isso na prática."

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