MÍDIA
A reportagem publicada por O Globo traz o depoimento da economista Mariana Rêis Maria, professora do Instituto de Economia da Unicamp, sobre sua trajetória e envolvimento com a “Economia de Francisco”, movimento global inspirado e convocado pelo Papa Francisco. Mariana relata que sua relação com o pontífice começou em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, e se aprofundou após a publicação da encíclica Laudato Si’, que aborda a crise ambiental e sua ligação com a pobreza e a desigualdade.
Em 2019, o Papa Francisco enviou uma carta convidando jovens economistas e empreendedores do mundo todo para pensar e praticar uma economia diferente: “que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não devasta”. Mariana quase não se inscreveu no movimento, mas ao ser selecionada — junto com cerca de três mil jovens — sentiu-se motivada a seguir na luta por uma economia mais justa e sustentável.
O encontro presencial com o Papa, previsto para 2020, foi adiado pela pandemia e só ocorreu em 2022, em Assis. Nesse período, os jovens se organizaram em “vilas temáticas” e passaram a discutir e desenvolver projetos inspirados na ecologia integral proposta por Francisco. No Brasil, a articulação ganhou força com a inclusão de Santa Clara de Assis no nome do movimento, reconhecendo o papel fundamental das mulheres latino-americanas.
Entre os projetos inspirados pelo movimento, destacam-se as Casas de Francisco, espaços de acolhimento e educação comunitária, com hortas, cuidado de crianças e escuta das necessidades das periferias. Mariana ressalta que o trabalho de campo nas comunidades periféricas é essencial, pois ali se concentram desafios urgentes como alimentação, saúde, moradia e dignidade, e é preciso mostrar que a preocupação ambiental faz parte da vida cotidiana dessas pessoas.
O sistema econômico proposto pelo Papa Francisco é inédito, baseado na ecologia integral, com foco nos mais vulneráveis e na questão climática. O objetivo é servir à “Casa Comum”, promovendo justiça social e ambiental, numa perspectiva ética e moral que transcende religiões. Mariana destaca que o atual modelo econômico é insustentável, pois gera desigualdades e depende da degradação ambiental, exigindo uma transformação socioeconômica e cultural profunda.
O artigo termina com Mariana relatando o incentivo do Papa para que os jovens tenham coragem de continuar, mesmo após sua morte, e reforçando o compromisso de manter viva a luta por uma economia mais humana e sustentável.
Leia a notícia completa: https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/04/24/economia-de-francisco-brasileira-em-projeto-apoiado-pelo-papa-explica-a-iniciativa-e-relembra-mensagem-do-pontifice.ghtml