MÍDIA

 

O artigo de opinião publicado na revista Carta Capital, assinado por Ricardo Carneiro, analisa os desafios enfrentados pelos setores progressistas diante do avanço da extrema-direita e das propostas retrógradas de figuras como Donald Trump. O autor argumenta que, embora Trump não consiga alterar profundamente a sociedade americana ou a ordem internacional, sua retórica tumultua o debate e evidencia a perplexidade da direita cosmopolita e financeirizada, hegemônica desde o fim de Bretton Woods. Carneiro critica a postura de parte dos progressistas, que, sem alternativas, acabam defendendo a financeirização e a globalização, perpetuando um modelo que agravou desigualdades e precarizou empregos.

O texto destaca que a ascensão de lideranças autoritárias é, em parte, consequência direta do esgotamento do modelo financeiro, que restringiu mobilidade social e concentrou renda. A extrema-direita, ao propor a politização das relações econômicas e o abandono do domínio impessoal dos mercados, critica a tirania financeira, mas oferece soluções autoritárias e antidemocráticas. No caso dos Estados Unidos, Carneiro cita a intenção de Trump de submeter o FED ao Executivo, avaliando que tal medida não resolve o problema do domínio financeiro, apenas o transfere de esfera.

O autor defende que a democratização dos bancos centrais, com maior controle parlamentar e da sociedade civil, seria mais eficaz. Para países periféricos, propõe acordos fora do eixo tradicional e a desdolarização do comércio internacional, enfrentando a especulação financeira que limita o desenvolvimento. Ao final, Carneiro questiona se os progressistas devem se aliar à defesa do status quo ou buscar alternativas mais ousadas, alertando que, sem mudanças, o destino já está traçado.

 

Artigo completo: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/e-nos-aonde-vamos/