MÍDIA
Carta Capital | Carlos Drummond
O Brasil registrou um aumento significativo nas importações de bens de capital entre janeiro e novembro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento reflete uma limitação estrutural da economia brasileira, marcada pela desindustrialização e pela perda de competitividade da indústria nacional. Consequentemente, o déficit em transações correntes aumentou de 1% no início do ano para 2,25% em outubro, conforme dados do Banco Central.
Antônio Carlos Diegues, professor do Instituto de Economia da Unicamp e coordenador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia, destaca que a política fiscal progressiva, ao estimular a demanda, encontrou uma estrutura produtiva fragilizada por décadas de desmonte. Isso resulta em benefícios para fabricantes estrangeiros de bens de capital, em vez de fortalecer a indústria nacional. Diegues também alerta para os impactos desse fenômeno na taxa de câmbio: um real desvalorizado pressiona a inflação e encarece as importações, enquanto uma apreciação cambial, associada a um déficit em conta corrente elevado, pode levar a políticas cambiais inadequadas, com consequências negativas para a economia.
Em resumo, o aumento das importações de bens de capital evidencia a vulnerabilidade da economia brasileira, exigindo atenção para as políticas econômicas e industriais adotadas.
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