MÍDIA
Guilherme Mello | 6Minutos
Apesar da permissão da prefeitura de São Paulo para abrir, muitas lojas e pequenos comércios continuam fechados. Eles ainda não sentem segurança para abrir em meio ao aumento dos casos de covid-19 na cidade.
Em outros casos, o temor é de uma nova quarentena: como investir para abrir agora se é possível que, com uma nova escalada da doença, o negócio tenha que fechar dentro de algumas semanas novamente?
“Preferi não me arriscar”, diz Regina Paula, dona da confeitaria Fioca, no bairro de Santa Cecília, em São Paulo. Fisioterapeuta de formação, ela sabe que uma epidemia só é controlada quando, por várias semanas, há uma queda consistente no número de novas infecções. “E isso ainda não ocorreu”, afirma.
Abrir para fechar depois pode ser mais prejudicial do que ficar fechado?
Pode, segundo o professor Guilherme Mello, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. “Ninguém garante que não possa haver uma segunda onda de contaminação. E pior, que essa segunda onda aconteça enquanto a primeira nem ainda acabou”, diz ele.
É por isso, diz Mello, que existem duas previsões diferentes de queda do PIB (Produto Interno brasileiro) para este ano: a de 6%, do mercado, e a de 9%, do FMI (Fundo Monetário Internacional). “A diferença entre as duas é que a do FMI trabalha com essa possibilidade de segunda onda”, explica. Como não houve nenhuma forma de socorro eficiente aos pequenos e médios empresários, um segundo repique de contaminação, pode ser fatal para muitas empresas.
Por isso, diz Mello, quanto mais cautela, melhor. Se o comerciante tem como se manter sem depender novamente do atendimento presencial, melhor assim. “Até porque não adianta abrir shopping e restaurante se as pessoas, principalmente o consumidor de classe média, continua em casa”, acrescenta.
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