MÍDIA

Antônio Diegues e José Roselino | No Valor

A reportagem “EUA e aliados construirão cadeia de suprimentos tecnológicos para não depender da China”, publicada em 23 de fevereiro no Valor, procura analisar alguns desdobramentos da Guerra Tecnológica China-EUA. Como apontado, a escalada recente do conflito terá importantes impactos no equilíbrio de forças entre as principais potências internacionais para muito além da dimensão econômica.

Por um lado, esse conflito deve ser entendido como uma estratégia das principais potências econômicas no sentido de se empurrar a fronteira tecnológica em direção à Indústria 4.0. Essa estratégia teria como objetivo reafirmar a liderança tecnológica de EUA, Alemanha e Japão e ao mesmo tempo impor condicionantes ao avanço chinês. Já na perspectiva chinesa, o acirramento das tensões tem servido para acelerar o China Dream, ou seja, a estratégia de construção de uma Superpotência Tecnológica em 2049. A rota para tal está estruturada nos planos recentes: Made in China 2025, o Next Generation Artificial Intelligence Development Plan e o ainda em elaboração China Standards 2035.

De maneira geral, o progresso chinês na construção de uma economia orientada à inovação é fato notório. No ranking The Global Unicorn Club da influente plataforma de inteligência de mercado em áreas de alta tecnologia CB Insigths, em julho de 2020, as unicorn startups chinesas eram avaliadas em US$ 312 bilhões, frente a US$ 316 bilhões das americanas. Já no ranking Fortune Global 500, em 2019 pela primeira vez a China ultrapassou os EUA na quantidade de empresas entre as 500 maiores (124 versus 121).

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