MÍDIA
Marcelo Roubicek | Do Nexo Jornal
Celso Furtado, um dos mais importantes economistas brasileiros, nasceu na cidade de Pombal, no sertão da Paraíba. Ele completaria 100 anos em 26 de julho de 2020.
A extensa obra de Furtado é marcada pelo período em que trabalhou na Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), uma comissão regional ligada à ONU (Organização das Nações Unidas).
Entre 1949 e 1957, ele atuou ao lado do economista argentino Raúl Prebisch, um dos formuladores da teoria da dependência, segundo a qual os países da periferia (como os da América Latina), com menor renda e produtividade, estariam subordinados aos países do centro, de maior renda e produtividade.
O Nexo conversou com Mauricio Coutinho, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador especialista na obra de Celso Furtado, sobre o legado do pensador.
Como podemos resumir o pensamento de Celso Furtado?
MAURICIO COUTINHO É difícil resumir o pensamento dele, porque se estende em várias direções. Mas eu diria que o que ficou muito marcante na contribuição dele é a aplicação de modelos econômicos à interpretação da história brasileira. Isso é fundamental e se revela em vários livros dele. E depois à história latino-americana também. Mas a obra magna é a “Formação Econômica do Brasil”, publicada em 1959, que é exatamente isso: uma revisão da história brasileira a partir da aplicação de modelos econômicos à realidade histórica. Essa é a grande característica do Celso Furtado como pensador e como economista.
A nota característica do Furtado é essa, sendo ele um economista de formação plena, com muito conhecimento de economia. Ele tinha uma formação muito forte em história, em ciências sociais de modo geral e em economia também. E particularmente, adquire a formação de economista prático com os oito ou nove anos de trabalho intenso que teve na Cepal.
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