MÍDIA

Carlos Drummond | Carta Capital

Prostrada em consequência de uma recessão, da sua gestão incompetente e do negacionismo diante da pandemia, a economia brasileira sofrerá novo golpe com a elevação dos juros dos Estados Unidos anunciada pelo Fed, provavelmente a partir de março, e a descontinuação da compra de títulos públicos.

Em princípio, o choque no País não deverá ser tão forte quanto seria de se esperar, porque a taxa de juros local está escandalosamente alta. Não haverá, no entanto, escapatória entre uma recessão mais profunda do que aquela que provavelmente ocorreria em consequência da fraqueza da economia, ou um salto da inflação, caso se decida baixar os juros, analisa o economista Ricardo Carneiro, professor do Instituto de Economia da Unicamp. No ano passado, a inflação fechou em 10,06%, a maior desde 2015 e muito acima da meta de 3,75% estabelecida pelo BC. Segundo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, efeito de um “fenômeno global”.

O problema é mais profundo. “O fato subjacente mais importante é que se fez uma abertura financeira excessiva da economia brasileira e abriu-se mão do controle de capitais. O País tem uma moeda inconversível, mas não é só isso, há um problema que decorre da estrutura do sistema monetário internacional, e aí toda vez que ocorre um ciclo de liquidez mais forte, de retração ou de expansão, isso é amplificado em direção à periferia”, destaca Carneiro.

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