MÍDIA

 

Pedro Paulo Z. Bastos | Phenomenal World

 

No artigo “Mercados de carbono não podem evitar a catástrofe climática”, Pedro Paulo Zahluth Bastos critica a dependência das políticas climáticas globais nos mercados de carbono e na precificação das emissões como principais estratégias de mitigação. Segundo o autor, esses mecanismos, ao permitir que países e empresas compensem suas emissões comprando créditos em vez de reduzir efetivamente sua própria poluição, acabam desviando o foco do que realmente importa: o planejamento estatal para a transição estrutural dos sistemas energéticos e produtivos. A lógica de mercado, baseada em preços e incentivos descentralizados, tem se mostrado incapaz de promover mudanças na escala e na velocidade necessárias, sobretudo porque a demanda por combustíveis fósseis é inelástica e as alternativas sustentáveis ainda não estão amplamente disponíveis ou viáveis economicamente.

Além disso, Bastos argumenta que a compensação por reflorestamento, frequentemente usada como justificativa para manter emissões elevadas, é insustentável tanto em escala territorial quanto temporal. Não há terras suficientes para plantar florestas que absorvam o carbono emitido atualmente, e muitos projetos de compensação carecem de eficácia comprovada, sendo marcados por fraudes e impactos negativos sobre comunidades locais. O autor conclui que, embora a precificação do carbono e a compensação possam ter um papel complementar no futuro, elas não substituem o investimento público massivo e coordenado necessário para construir uma infraestrutura energética limpa e acessível. A solução da crise climática depende de ação estatal decidida, e não da ilusão de que o mercado, por si só, poderá resolver um problema estrutural e sistêmico.

 

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