MÍDIA

Marcelo Weishaupt Proni | No Ludopédio

Comparar as duas Olimpíadas de Tóquio (Japão) permite constatar um aumento expressivo no número de atletas, de competições, de jornalistas, de telespectadores, mas as mudanças qualitativas são ainda mais importantes. Além da proibição de público nos ginásios, piscinas e estádios, na edição atual (e que não foi realizada em 2020 por causa da pandemia) há outras diferenças mais significativas – inclusive no que se refere à atuação do Comitê Olímpico Internacional.

Os Jogos Olímpicos foram criados no final do século XIX (primeira edição: Atenas 1896). Ao longo do século XX, passaram por uma profunda transformação. Nas primeiras décadas, eram um conjunto de torneios restritos a esportistas amadores de países selecionados. Em Berlim 1936, assumiram uma importância que extrapolava o âmbito esportivo. A partir de Londres 1948, em meio à guerra fria, as Olimpíadas ganharam expressão por causa da disputa entre nações capitalistas e nações socialistas. Os Jogos de Roma 1960 marcaram o início da transmissão ao vivo pela televisão (a cerimônias de abertura e encerramento, mais algumas competições olímpicas, foram vistas ao vivo em países europeus e por meio de gravações em outros continentes), o que contribuiu para popularizar as Olimpíadas e dar maior projeção internacional para campeões olímpicos. Naquela época, os Jogos estavam começando a se transformar em “megaevento” [1].

Os Jogos de Tóquio 1964 contaram com 93 delegações nacionais e tiveram a participação de 5.151 atletas (4.473 homens e 678 mulheres: 86,8% e 13,2%), distribuídos em 19 modalidades esportivas (25 torneios). O custo total daquela edição, somando a construção e reforma de instalações e os gastos operacionais, foi estimado em US$ 300 milhões (valor atualizado para 2020). Na época, as tecnologias usadas nessas instalações eram relativamente simples. Por exemplo, a pista de atletismo ainda tinha um piso tradicional (em 1968, começou a ser usada uma pista de atletismo feita de material sintético, mais adequado para o desempenho esportivo em todas as condições climáticas). A grande novidade foi o uso de um cronômetro com precisão de centésimos de segundo sincronizado com a batida de mão dos nadadores e com uma câmera fotográfica que captura a chegada dos corredores.

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