EVENTO
Iniciativa do GT constituído pelo CONSU quando formulou a sua Política de Inovação, e que tomou para si a missão de incorporar à nossa práxis de Ensino, Pesquisa e Extensão a proposta da Tecnociência Solidária, o Seminário consistirá de sete sessões virtuais em que nas sessões 2 a 6 participarão colegas de outras universidades para nos ajudar a cumpri-la..
O projeto é apoiado pela Comissão de Pesquisa e Comissão de Extensão do IE.
As sessões ocorrerão às sextas-feiras das 16 às 18 horas ao longo dos meses de outubro, novembro, dezembro e concluirão em janeiro 2021, com temas e datas informadas a continuação.
A primeira sessão ocorrerá dia 23 de outubro, das 16 às 18 horas, e terá como tema “Por que incluir na Política de Inovação da Unicamp a Tecnociência Solidária?”, com a participação de Renato Dagnino (IG/Unicamp) e Miguel Bacic (IE/Unicamp).
Temas e datas:
1. Por que incluir na Política de Inovação da Unicamp a Tecnociência Solidária? - 23/10
Comentar o processo contra hegemônico que originou o GT e a receptividade que ele tem granjeado. Explicar a origem da vocação nacional-desenvolvimentista da Unicamp orientada à inovação empresarial e apontar sua escassa aderência ao cenário atual. Apresentar o conceito de Tecnociência Solidária, sua fundamentação associada à crítica da neutralidade e do determinismo da tecnociência, e seu caráter alternativo ao processo tecnocientífico liderado pelas multinacionais que está conduzindo à obsolescência planejada, deterioração programada, consumismo exacerbado e deletério, e degradação ambiental. Explicar que o Seminário foi concebido pelo GT para que a comunidade da Unicamp possa expressar-se - democrática e participativamente -, mediante a apresentação de sua experiência e conhecimento, acerca de “Como incorporar a Tecnociência Solidária à Política de Inovação da Unicamp?”.
2. A proposta da Tecnociência Solidária pode revitalizar a Extensão Universitária? -30/10
Apresentar a ideia-força de uma “Extensão com intenção”, alternativa (ainda que não excludente) às iniciativas que visam a aumentar o lucro das empresas, por um lado, e às de caráter assistencialista, por outro, baseadas na concepção idealista e ufanista de uma ciência neutra e universal que possa ser “estendida” aos mais pobres para guindar-lhes da “economia infernal” para uma condição de emprego formal por várias razões inatingível e, para muitos, indesejável. Nesta reunião como nas que seguem se estimulará os integrantes da comunidade da Unicamp a endereçarem comentários apresentando sua experiência e conhecimento em relação à revitalização pretendida, os obstáculos encontrados, etc.
3. A proposta da Tecnociência Solidária pode ajudar a Universidade a aumentar sua relevância social e intelectual? - 13/11
A maioria das necessidades materiais por bens e serviços insatisfeitas trazem embutidas demandas cognitivas para as quais inexistem soluções disponíveis no “mercado”. Seu ineditismo requer sua identificação e seu equacionamento exige que o potencial tecnocientífico - dos “desumanos” e dos “inexatos” - que é exclusivo da universidade pública (um enorme think tank!) seja mobilizado. Tentar fortalecer cadeias produtivas e estruturas industriais apoiando-se em empresas, que a condição periférica e seu irrepreensível critério econômico as fazem avessas à inovação e à P&D, tenderá a ser inócuo. Há que estimular a produção de bens e serviços de natureza industrial sem ter que seguir privilegiando o costumeiro subsídio às empresas. A mudança na correlação de forças políticas que desejamos levará ao apoio à organização de redes de Economia Solidária (e à Tecnociência Solidária), a realocação do poder de compra do Estado junto às mesmas. Antecipando o futuro que permitirá que os resultados daquela mobilização sejam colocados em operação poderemos projetar a Universidade como ator relevante e digno de apoio junto àqueles que desejam uma sociedade justa e sustentável.
4. As ações da Universidade para ajudar as empresas a inovar têm sido eficazes? - 27/11
A condição periférica faz com que a inovação e em particular as atividades de P&D das empresas não seja condição para seu bom desempenho. Ela faz com que as “empresas brasileiras” racionalmente prefiram, mais do que ocorre nos países avançados, os três bons negócios com tecnologia: roubar, copiar ou comprar. A evidência disponível demonstra que desenvolver tecnologia, que é a atividade que a universidade poderia alavancar, não é do seu interesse. Condicionantes socioeconômicos obrigam a uma radical reorientação do nosso processo de desenvolvimento que fortaleça um de seus pilares, a Economia Solidária. Ela e sua imprescindível plataforma cognitiva de lançamento - a Tecnociência Solidária - terão que ser objeto de enfoques contemporâneos como os “programas orientados por missão” e a Nova Economia do Projetamento.
5. Como introduzir a Tecnociência Solidária nas agendas de Ensino, Pesquisa e Extensão? - 11/12
A crítica às agendas da universidade periférica, por muitos considerada como um enclave, têm-se concentrado no seu caráter imitativo que as leva a não colocarem a ciência (ainda entendida como neutra, boa e universal) em harmonia com nosso contexto socioeconômico, projeto de desenvolvimento e desejo de autonomia. A proposta da Economia Solidária adiciona a essa crítica uma referência cognitiva capaz de orientar de modo mais certeiro e eficaz essas agendas a partir de uma nova configuração das disciplinas de Ciência, Tecnologia e Sociedade que vêm se expandindo na universidade latino-americana.
6. Qual a institucionalidade adequada para a Tecnociência Solidária na Universidade? - 18/12
Desde a criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica nas nossas universidades, em 2004, aumenta o fomento a incubadoras de empresas, parques e polos tecnológicos, que nelas reforçam a tendência a privilegiar a tecnociência capitalista em detrimento de outras formas de conhecer. No caso da Unicamp, muito mais do que em outras universidades, sua trajetória anterior engendrou uma instituição, a Inova, que contribui para que Ensino, Pesquisa e Extensão incorporem valores e interesses empresariais. Na UFRJ, há mais de duas décadas, se inicia um movimento alternativo que levou à criação de mais de cem Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares. O reduzido apoio que recebe da direção das universidades e das instituições de fomento, que contrasta com sua relevância socioeconômica e tecnocientífica, mostra a necessidade de ampliar essas ações. Para isso, teremos que “seduzir” colegas “desuman@s” e “inexat@s” para que, questionando a neutralidade e o determinismo da tecnociência que obscurece essa relevância, participem da concepção da nova institucionalidade que almejamos.
7. Apresentação do Projeto a ser submetido ao CONSU - 8/01
Com base na sistematização pelo GT dos acordos que forem emergindo do Seminário, será elaborado um Projeto a ser apresentado nesta reunião para posterior submissão ao CONSU para a implantação das atividades relativas à Tecnociência Solidária propostas pela comunidade da Unicamp no âmbito da Política de Inovação da Unicamp.
Documentos:
Onde assistir: https://www.youtube.com/c/InstitutodeEconomiadaUnicamp/live
Membros do GT (Unicamp)
Miguel Bacic (IE), presidente
Carolina Baltar (IE)
Guilherme Máximo (FEA)
Humberto Miranda (IE)
Lais Fraga (FCA)
Rafael Dias (FCA)
Renato Dagnino (IG)
Romis Attux (FEEC)
Vanilde Esquerdo (Feagri)
Organizador do seminário
Renato Dagnino (IG)