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Autor: Luiz G. de Mello Belluzzo, Cláudio R. Frischtak e Mariano Laplane (Orgs) Fernando Sarti*

É uma grande satisfação apresentar ao público interessado em questões relacionadas ao desenvolvimento econômico o livro Produção de Commodities e Desenvolvimento Econômico, resultado de um trabalho conjunto entre a Universidade Estadual de Campinas e a Vale S.A.

Além de outras atividades, desenvolvidas no âmbito de Convênio de Cooperação celebrado entre as duas instituições, bons frutos resultaram do Seminário Produção de Commodities e Desenvolvimento Econômico, promovido pelo Instituto de Economia da Unicamp, em São Paulo, no dia 29 de março de 2010, com o apoio da Vale, organização do jornal Brasil Econômico e divulgação da revista Carta Capital.

Abrangendo diferentes temas e perspectivas sobre a produção de commodities e as transformações econômicas do Brasil, o Seminário contou com exposições e reflexões qualificadas que constituíram a base para a elaboração posterior de capítulos que compõem o Livro, escritos em meados de 2011 e revistos até meados de 2012. Desde então, outros capítulos foram acrescentados e possibilitaram o resultado final consubstanciado no Livro.

No Brasil, o debate acerca da economia de commodities tem sido marcado pela polarização. Afinal, quais os prós e os contras da produção e exportação de produtos baseados em recursos naturais por países com fortes vantagens comparativas, seja em termos de reservas de petróleo e gás, ativos sob a forma de províncias minerais, ou ainda grandes extensões de terras agriculturáveis? Trata-se de uma maldição ou de uma bênção?

O Seminário Produção de Commodities e Desenvolvimento Econômico contribuiu para ampliar e qualificar a discussão, ao tratar o tema a partir de várias dimensões (tecnológica, sustentabilidade ambiental, balanço de pagamentos, eficiência e produtividade, empresarial e política governamental) e ao ter como convidados representantes da academia, do setor produtivo e do governo. Igual mérito pode-se atribuir ao Livro.

São ilustrativas do esforço de atualização dos termos do debate, as reflexões aportadas pelo Prof. Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo no Seminário: nas últimas décadas, “houve uma aproximação crescente entre a produção ligada a recursos naturais e a produção dita industrial. É um processo de tecnificação – e não só de maquinização – que vem tornando as cadeias produtivas cada vez mais longas e integradas. O avanço alcançado pela agricultura brasileira não seria possível sem a capacidade de criar formas de inovar”.