ARTIGO ACADÊMICO
Lucas Teixeira, Pedro Rossi e Grazielle David | Fiocruz
Todo cidadão brasileiro se beneficia direta ou indiretamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Se em um passado recente essa frase poderia ser objeto de dúvidas, isso não é mais possível depois da Pandemia da Covid-19. A importância do SUS em propiciar assistência médica, em vacinar milhões de brasileiros e a capacidade técnica de instituições públicas como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan na produção de vacinas, por exemplo, tornaram-se perceptíveis a todos.
Os serviços de saúde e a fabricação de medicamentos e vacinas fazem parte do chamado Complexo Econômico-Industrial da Saúde [CEIS] (Gadelha, 2003, 2021). Esse conceito promove a fusão das dimensões sanitária e produtiva. Entendido dessa maneira, o CEIS pode ser visto como um dos vetores de um projeto de desenvolvimento econômico e social, associado à garantia de direitos e à provisão de serviços públicos de qualidade.
O objetivo deste capítulo é discutir o CEIS em uma perspectiva macroeconômica, a partir dos resultados de uma extensa pesquisa sobre o tema. Para tanto, discutiremos a dimensão macroeconômica da saúde em uma perspectiva geral, em seguida, discutiremos os multiplicadores de emprego, renda e produção do CEIS, relacionando as consequências desses resultados para políticas públicas de saúde e desenvolvimento.