ARTIGO ACADÊMICO

 

Roberto Alexandre Zanchetta Borghi | Jornal dos Economistas

O cenário internacional tem passado por importantes transformações a partir de questionamentos acerca da ordem econômica estabelecida. A ascensão da China como potência industrial e econômica global, consolidada nas duas primeiras décadas do século XXI, coloca novos desafios tanto para países desenvolvidos como em desenvolvimento. Frente à intensa competitividade chinesa, as reações de diversos países, particularmente de Estados Unidos e economias europeias, têm sido de fomentar estratégias de desenvolvimento industrial e tecnológico. Isso porque a liderança em relação às tecnologias potencialmente dominantes no futuro está no cerne da disputa e do crescente acirramento das tensões entre as grandes potências.

A crise financeira internacional eclodida em 2008, bem como a busca por soluções para a crise climática e, mais recentemente, os adventos da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia têm resultado em novos arranjos internacionais, que explicitam interesses econômicos diversos e exacerbam as tensões entre os países, embora as soluções dependam, em grande medida, de esforços coletivos. Na Europa, por exemplo, os desafios e compromissos da transição energética para fontes mais renováveis e menos poluentes esbarram na dependência em relação ao fornecimento de gás natural da Rússia. Ao mesmo tempo, as preocupações ambientais acabam condicionadas às cadeias produtivas globais ditadas por Estados Unidos e China, os dois maiores emissores de gases de
efeito estufa do planeta.

 

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