Ricardo Buratini | Carta Capital

 

Nas últimas semanas, algumas matérias[1] despertaram as atenções de vários leitores ao indicarem uma suposta incoerência entre os investimentos anunciados no Novo PAC e o necessário avanço da agenda da transição energética no País. Com manchetes que evidenciaram a elevada participação dos investimentos do subeixo Petróleo e Gás no total do eixo Transição e Segurança Energética, a conclusão que naturalmente decorre delas é que o Novo PAC apenas reforça a aposta na energia fóssil.

Lidas as manchetes, foi impossível não lembrar de uma expressão bastante conhecida, que ensina que é possível contar uma grande inverdade trazendo à luz apenas algumas meias verdades. Cientes disso, nas linhas que seguem buscaremos somar novas evidências ao quadro geral para promover o bom debate e demonstrar que, contrariamente ao sugerido, o Novo PAC está perfeitamente alinhado com uma transição energética justa e inclusiva.

É preciso considerar, já de início, que a atividade de Petróleo e Gás é muito intensiva em capital, e isso mesmo se comparada às atividades típicas dos subeixos Geração de Energia, Transmissão e Combustíveis de baixo Carbono. Assim sendo, se é fato que, em valores, 62% dos recursos do eixo Transição e Segurança Energética estão alocados em Petróleo e Gás, também é verdade que, quando se analisa o número de empreendimentos, constata-se que, dentre os subeixos mencionados, o de Petróleo e Gás representa apenas 10,2% do total, posição bem distante do subeixo de Geração de Energia, com 65% do total de empreendimentos.

 

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