Ricardo Carneiro | Carta Capital

 

A eleição de um novo presidente para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tem despertado grande interesse na imprensa. Certamente, isso se deve aos fatos graves ocorridos na instituição recentemente, com a demissão de seu presidente executivo, o indicado de Trump, Mauricio Claver-Carone. O destaque também se deve à intensa disputa que se tem armado em torno das novas eleições, inclusive com a indicação de um candidato pelo governo Bolsonaro, o economista Ilan Goldfajn, atualmente diretor para o hemisfério ocidental do Fundo Monetário Internacional, o FMI.

Para aprofundar o tema é necessário partir tanto do significado histórico do BID para a região, quanto da sua governança. Fundado em 1959, o banco é obra de um acordo entre América Latina e Estados Unidos com participação decisiva do Brasil por meio de seu presidente, Juscelino Kubitschek. A criação do BID foi uma resposta progressista à revolução cubana por meio do apoio ao desenvolvimento regional e simbolizava a busca de equilíbrio político no espaço interamericano. A sua governança, complexa e permeada de pesos e contrapesos, reflete exatamente esses objetivos.

Dentre os vários aspectos da governança, um merece particular destaque: a maioria do poder de voto do grupo latino-americano e caribenho (GRULAC), exercida sem restrições no âmbito do Diretório, está sujeita a vetos na Assembleia de governadores composta pelos ministros de estado. O limite mínimo de 25% dos votos confere aos EUA – que têm 30% das ações – mas, também, a combinações distintas de países, poder de veto sobre temas variados que vão de conceder ou não quórum à realização da assembleia até excluir temas específicos da pauta de discussões.

 

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