Ricardo Carneiro | Diplomatique Brasil

A campanha eleitoral está dando ensejo à discussão de dois modelos de financiamento do investimento na economia brasileira, em particular, na infraestrutura. Um, de fundamento liberal defendido por uma gama ampla de partidos, mas levado ao paroxismo pelo candidato Bolsonaro; o outro, de natureza desenvolvimentista suportado pelo candidato Fernando Haddad. No primeiro, a ideia força é a de que não haverá problemas ao financiamento do investimento, desde que não se estorve o funcionamento do mercado financeiro por meio do intervencionismo. No segundo, reconhece-se as dificuldades intrínsecas desta matéria em economias pouco desenvolvidas e de moeda não aceita internacionalmente como a brasileira, advogando-se pela relevância de instituições públicas.

A tese de fundo liberal encontra dois tipos de obstáculos, um institucional e outro macroeconômico. No primeiro plano, destaca-se o pouco desenvolvimento, nos seus diversos segmentos, do mercado de capitais no Brasil. O mesmo ocorre com o sistema bancário privado com pouquíssima tradição no financiamento de prazos mais longos. Ou seja, o desenvolvimento institucional toma tempo e, por isso, mesmo, se fosse viável usar essas instituições financeiras para financiar o investimento, isso demandaria um período de transição. Porém, os obstáculos de natureza macroeconômica são ainda muito mais intensos e limitadores dessa transformação.

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