Paula Sarno, Norberto Martins, Luiz Macahyba e Dalton Boechat | Le Monde Diplomatique

 

Os bancos brasileiros já passaram por vários testes ao longo da história, demonstrando uma capacidade de adaptação invejável, especialmente quando comparados com as instituições financeiras de economias semelhantes à nossa.

O fim das receitas inflacionárias decorrente do controle da alta inflação que dominava a economia brasileira nos anos 1980 e a entrada dos bancos estrangeiros no país ao longo da década de 1990 foram situações que exigiram uma reinvenção das instituições financeiras nacionais. Houve uma forte reestruturação do setor, mas os bancos brasileiros se mantiveram dominantes e logo recuperaram sua lucratividade.

Mais recentemente, a crise financeira internacional de 2008 representou um abalo de proporções sísmicas, materializado, por exemplo, nos problemas com derivativos de câmbio de grandes empresas e com complexos empréstimos estruturados em cima de derivativos cambiais. O setor se reorganizou, com maior peso de bancos públicos no crédito e a fusão de duas grandes instituições privadas, mas não houve crise sistêmica.

Agora, nos últimos anos, o desafio diz respeito ao cenário macroeconômico brasileiro. Houve uma combinação peculiar de depressão econômica e juros baixos. A partir de 2015, a economia passou por uma recessão e uma pífia recuperação, à qual se somaram os efeitos recessivos da pandemia de covid-19. Por outro lado, a taxa de juros básica da economia apresentou uma trajetória inédita de queda, que perdurou do final de 2016 até o final de 2020. Taxas de juros de um dígito estão longe de ser a regra no Brasil.

 

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